As áreas da psicologia, psicanálise, psiquiatria e terapia holística são a mesma coisa? O que as diferencia? Na prática, o que muda para o paciente? Estas são algumas das dúvidas que vou esclarecer ao longo deste artigo para te mostrar como a terapia holística pode ser mais uma ferramenta na complementariedade dos tratamentos voltados para a saúde mental.
Antes de me aprofundar em cada um dos tipos de terapia, quero trazer uma reflexão que pode facilitar o entendimento a respeito de terapias complementares: Quando recorremos ao médico ortopedista após uma lesão, por exemplo, ele nos explica o que houve, como o nosso corpo deverá ser reabilitado e prescreve algumas medicações. No entanto, fazer somente o uso de medicação pode não reestabelecer a saúde dos nossos ossos e não devolver os movimentos, por isso comumente o ortopedista recomenda uma série de sessões de fisioterapia. É também com o suporte do fisioterapeuta que podemos recuperar a mobilidade e a amplitude dos movimentos – claro, a depender de cada caso. Neste exemplo, a terapia complementar é a fisioterapia.
Quando o assunto é a nossa saúde mental, nós também podemos encontrar auxílio tanto na medicina quanto em tratamentos complementares. Hoje, a terapia holística pode somar aos tratamentos já realizados por psicólogos, psiquiatras e psicanalistas. Cabe elucidar aqui que terapia holística é a terapia que vê o indivíduo como um todo, que compreende que nós, seres humanos, somos feitos de corpo, mente e espírito.
O assunto já ganhou tanta repercussão que o próprio Ministério da Saúde reconhece a efetividade de várias delas a partir de pesquisas e estudos. Em seu site, eles definem: “As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são recursos terapêuticos que buscam a prevenção de doenças e a recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade”. Atualmente, existem inúmeras terapias integrativas e 29 delas o SUS já cobre:
Desta lista, eu trabalho com a constelação familiar (escrevi sobre ela aqui ), em que te guio para identificar e resolver conflitos familiares que podem estar te gerando bloqueios e dores. Questões como rejeição, abandono, abuso, dificuldade para lidar com dinheiro, falta de acolhimento e muitas outras podem ser trabalhadas durante as sessões, mas também trabalho com outras linhas de terapia holística integrativa, como aromaterapia, ayurveda, cromoterapia, imposição de mãos, meditação, reflexologia, reiki, thetahealing, mesa radiônica, tameana, abundance flush empowerment. Todas alinhadas a diversas técnicas que desenvolvi ao longo do tempo.
Entendo a complexidade que é o ser humano, vi a necessidade de me aprimorar em outras áreas, por isso também sou coaching formada pelo IGT Coaching e Desenvolvimento Humano e analista comportamental. No entanto, é extremamente importante reforçar que minha atuação não substitui o trabalhar dos especialistas que listo abaixo:
Agora que você já sabe o que é terapia integrativa e terapia holística, é importante compreender o papel do psicólogo, do psiquiatra e do psicanalista e como essas terapias podem somar ao trabalho desses especialistas ajudando o paciente a viver melhor. Todas estas especialidades estão aptas a tratar questões emocionais, mentais e psíquicas, mas apresentam algumas particularidades.
Graduado em psicologia ao longo de cinco anos, o psicólogo está apto a tratar questões racionais, sentimentais e emocionais, como ansiedade, pânico, estresse, luto, perda de emprego, término de um relacionamento, entre outras. Ele pode auxiliar no tratamento de diversos problemas ligados à mente humana por meio de conversas e técnicas psicoterápicas. Assim, pode realizar análises dos pacientes a partir do ambiente em que vive, de pensamentos e até mesmo de questões biológicas mediante o que o paciente traz nas sessões.
A psicologia também pode ser uma terapia complementar se o encaminhamento do paciente vier de um psiquiatra, por exemplo, proporcionando o acompanhamento multidisciplinar ao indivíduo, uma vez que terá suporte para mais de uma área de sua vida.
Outro fator relevante é que a regulamentação não autoriza que psicólogos prescrevam medicamentos.
Comparado ao psicólogo, sua diferenciação já começa na graduação: o psiquiatra é graduado em medicina e especializado em psiquiatria, totalizando quase dez anos de estudo. Em virtude disso, pode prescrever fármacos (como antidepressivos e ansiolíticos), recomendar internação, solicitar exames (clínicos e laboratoriais) para investigação de diagnósticos, efetivar diagnósticos e tratar doenças como depressão, esquizofrenia, compulsão alimentar, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), dependência química, transtorno bipolar, entre outros. O principal objetivo do psiquiatra é prevenir, tratar e reabilitar o paciente quando há problemas relacionados à esfera mental.
Diferentemente das especialidades citadas acima, não existe graduação específica para exercer a função de psicanalista, sendo suficiente a especialização na área. Psicólogos e psiquiatras também podem se especializar em psicanálise, mas para um psicanalista exercer função de psicólogo ou psiquiatra é necessário se formar em psicologia ou medicina, respectivamente.
O destaque de sua atuação se dá com base nos estudos do famoso médico austríaco Sigmund Freud que foca na análise do nosso inconsciente, por isso consegue tratar questões mais profundas. Esta vertente visa oferecer autoconhecimento para que tenhamos capacidade de responder e lidar com as questões e fatos que acontecem à nossa volta. Assim, através da fala e da escuta este profissional consegue detectar interferências do nosso inconsciente na forma como agimos e como pensamos.
Vale mencionar que o psicanalista não pode diagnosticar e tratar doenças psíquicas, bem como prescrever medicamentos.
Assim como as terapias citadas acima, a terapia holística também objetiva proporcionar ao paciente as melhores ferramentas para lidar com os obstáculos do dia a dia de forma equilibrada e saudável. As técnicas não são muito convencionais, por isso algumas pessoas ainda têm dúvidas, mas hoje já existem profissionais que me indicam para o tratamento conjunto porque é rápido e eficaz.
Exercícios de escrita, visualização e respiração são apenas alguns exemplos de como a terapia holística pode funcionar. Por exemplo, eu já fui acionada quando especialistas viram a necessidade de utilizar algum elemento diferente porque o paciente estava há um tempo no processo e sua evolução estagnou. Eu entrei no processo para dar uma nova perspectiva e o paciente manteve o tratamento com o psiquiatra/psicólogo e retomou o processo de evolução.
A terapia holística veio para somar, podendo ser trabalhada simultaneamente com diversas áreas. Até porque não realizamos diagnósticos de doenças e tratamentos medicamentosos. Nossa expertise está na condução do paciente para que ele enxergue sozinho suas limitações.
A terapia holística não substitui tratamentos médicos. Ela deve complementar as terapias pré-estabelecidas pelos profissionais. Converse com o seu especialista.
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